quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Da Primavera Árabe à internet na construção da Democracia 2.0: comentário a fala de Gilberto Gil

Da Primavera Árabe à internet na construção da Democracia 2.0

Olga Rodriguez, jornalista especializada em Oriente Médio e escritora, é a webconferencista no Diálogo do dia 25 de janeiro no Conexões Globais 2.0 que acontece no Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre. A mesa denominada: "Da Primavera Árabe à Internet na Construção da Democracia 2.0", tem como debatedores o compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, o jornalista Antônio Martins e Vinicius Wu, coodenador do Gabinete Digital do Governo do Rio Grande do Sul.

Olga Rodrigues relata fatos e dados sobre a Primavera Árabe #Tahir #25Jan. Sobretudo como foi possível uma revolução num país cujo rendimento de um médico é de 100 dólares por mês, onde apenas 20% da população tem internet e um percentual expressivo da população sequer sabe ler

Gilberto Gil, músico e ministro da Cultura na gestão do Presidente Lula, coloca que a Primavera Árabe não é mais árabe, pois concomitantemente, tem componentes dos mundos árabes e ocidental.

Gilberto Gil explora campos comuns de mobilidade entre esses dois mundos e além disso, o deslocamento do horizonte utópico, com a formação de campos “próprios” com gente que escolhe seu lado. Gil propõe o termo futurível: futuros possíveis que abranjam a política, a economia, a gestão, a planificação.

Gilberto Gil certamente recorre ao significado da palavra possível – aquilo que pode ser, existir, acontecer; aquilo que é praticável; verossímil, provável. Neste sentido remetendo ao desgaste da palavra utopia no Século XX, coloca o horizonte do pós utópico e do proto utópico (uma nova utopia, novinha). Gil relaciona esta defasagem, essa passagem ao termo clarão, clareira heideggeriano.

[Clareira aquilo que se dá como o livre. Numa floresta a luz penetra onde o espaço encontra-se de antemão liberado pela clareira. Do mesmo modo, o homem projeta-se e se abre para os fatos do mundo.]

[Verbete Utopia em Nicola Abbagnano (Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins fontes, 1998) diz que “utopia representa a correção ou a integração ideal de uma situação política, social ou religiosa existente. Como muitas vezes aconteceu, essa correção pode ficar no estágio de simples aspiração ou sonho genérico, resolvendo-se numa espécie de evasão da realidade vivida”. No entanto Gil tem razão sobre o desgaste do termo utopia Sobretudo na literatura e na arte, contata-se a recorrente emergência do “pós-utópico”, em que o futuro perde sua ‘posição’ de ‘terra prometida’, que pode gerar o mundo perfeito, o melhor dos mundos.]

Assim Gil reitera: a Primavera Árabe não é só árabe como o parlamento americano não é mais tão ocidental quanto se pressupunha (sobretudo com os episódios que protagoniza neste novo milênio).

Por outro lado na construção da democracia pela internet, Gil adverte, não se deve esperar apenas escadas, mas também subidas íngremes, não apenas trilhos (geometricamente e seguramente paralelos) mas também trilhas tortuosas...
#ConexoesGlobais

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